sábado, 31 de outubro de 2009

Sem Destino




Preciso partir
sem data e sem destino
para matar saudades
rever recantos
não tenho hora para ir
nem para voltar
preparei minha bagagem
não sei os lugares que passo
nem aqueles que fico
sem paradas obrigatórias
com calma, com a alma
vou procurar encantos...

[Regina Fernandes]




sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Memórias



Memórias de um tempo perdido
tempo partido, partilhado
tempo passado.
Memórias em preto e branco,
lembranças, miragens
que vão rasgando o mar e o vento.
Tempo que parte e se reparte
no coração, no pensamento...

[Regina Fernandes]

terça-feira, 27 de outubro de 2009















Quero entrar no seu mundo
espalhar nos seus minutos
as minhas incertezas
invadir seus pensamentos
e ouvir conversas de mim
passear descalça nos seus sonhos
discreta, misteriosa
e fechar as portas
e me trancar
para sempre
na sua vida inteira.

[Regina Fernandes]

sábado, 24 de outubro de 2009

Gosto




Gosto da vida que levo
e do jeito que a vida me leva
das muitas vidas
que fazem parte da minha.
Gosto do sonho, da poesia
do amor, da fantasia
e da desrazão....
Por que não?

[Regina Fernandes]

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Espinhos



Esses espinhos quem me deu
esses versos quem escreveu...
as rosas trouxeram os espinhos
junto com trovas de paixão.
espinhos
palavras em vão
desamor, aflição...


[Regina Fernandes]


quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Caminhante




















Prefiro caminhar sem pernas
para sentir leveza
meus passos não são certos
mas são intensos e com eles traço
uma linha sem mistérios.
Caminhando desbravei mundos
conheci mares, descobri novas eras
coloquei meus passos em outros passos
explorei fundo o meu espaço.
Me entranhei pelas matas,
pedi água, pedi pousada e fui ficando
fui entrando, bem no coração da floresta..
Pelo caminho carreguei meus sonhos
e minha vida inteira
tomei nas mãos um raio de luar,
levinho como um pensamento
abracei um vento que trouxe um gorjeio
que na concha de minha mão pude abrigar.
E agora sou migrante de outros caminhos
uma estrangeira sem ninho.
Mas tenho meus pés livres para continuar
passos incertos, mas verdadeiros e abertos.


[Regina Fernandes]